CNI articula missão empresarial aos EUA para tentar barrar tarifaço
Entidade quer sensibilizar empresas brasileiras e americanas sobre os prejuízos da medida prevista para 1º de agosto e busca contribuir com negociações que evitem perdas econômicas

O presidente da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Ricardo Alban, afirmou nesta sexta-feira (25/7) que a entidade pretende liderar uma missão empresarial aos Estados Unidos nas próximas semanas, com o objetivo de contribuir para as negociações contra as tarifas de 50% impostas a produtos brasileiros.
A mobilização busca sensibilizar empresas brasileiras e norte-americanas, junto aos respectivos governos, sobre os prejuízos mútuos da medida, que está prevista para entrar em vigor a partir de 1º de agosto. O objetivo, segundo ele, é facilitar o diálogo e promover entendimentos que evitem perdas econômicas decorrentes da taxação.
“Estamos a uma semana da possível entrada em vigor das novas tarifas de 50%, o que eu acredito e espero que não aconteça — ou que sejam suspensas, ou que tenhamos sucesso no que tanto solicitamos, que é uma prorrogação mínima de 90 dias”, disse em participação no Fórum Nacional da Indústria.
O encontro reuniu mais de 80 associações industriais, de acordo com Alban, e serviu também como espaço de construção de estratégias conjuntas caso as tarifas sejam mantidas. “É uma oportunidade para discutirmos amplamente com todas as associações presentes. Não apenas para ouvirmos e conhecermos as dificuldades e propostas, mas, principalmente, para avaliar a conveniência, pertinência e adequação de reunirmos empresas brasileiras e americanas nas próximas duas ou três semanas, caso as tarifas se confirmem”, afirmou.
Segundo o presidente da CNI, o objetivo não é substituir a atuação governamental nas negociações, mas criar pontes entre os setores privados dos dois países. “Não se trata de envolvimento direto em qualquer negociação, porque isso cabe exclusivamente aos governos. Mas queremos ser facilitadores, indutores dessa convergência de interesses, promovendo um ambiente de entendimento entre empresas.”
“Uma mesa de diálogo onde o foco esteja nos aspectos comerciais e econômicos — e não em disputas políticas ou geopolíticas — para que essa relação tão importante e duradoura entre Brasil e Estados Unidos seja preservada”, acrescentou.
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