Brasil poderia usar nióbio como arma para negociar com Trump?

Em meio à escalada de tensão com a proximidade da data prevista para início da vigência do tarifaço de Trump, encarregado dos EUA manifestou nesta quarta-feira (24/7) interesse do país em minerais críticos brasileiros. Antes ainda, posts nas redes sociais tinham chegado a sugerir que o Brasil usasse o nióbio para barganhar com os americanos, já que responde por 92% da produção global de metal. Faz sentido a ideia?

Brasil poderia usar nióbio como arma para negociar com Trump?
Brasil poderia usar nióbio como arma para negociar com Trump? (Foto: Reprodução)

Com o prazo para início da vigência da tarifa de 50% sobre produtos brasileiros imposta pela gestão Donald Trump cada vez mais próximo, o governo brasileiro continua conversando com diferentes setores para mapear alternativas para uma negociação ou até mesmo uma possível retaliação.

A gestão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) segue tentando negociar a derrubada da medida antes da data prevista para que entre em vigor, 1º de agosto.

Diante da dificuldade de interlocução com o governo americano, entretanto, também se prepara para diferentes cenários caso os Estados Unidos não voltem atrás, conforme declarou o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, à imprensa nos últimos dias.

Em meio ao aumento de tensão, nesta quarta-feira (24/07) o encarregado de negócios da Embaixada americana no Brasil, Gabriel Escobar, manifestou interesse dos EUA em minerais críticos e estratégicos brasileiros em reunião realizada a pedido dele com o Instituto Brasileiro de Mineração (Ibram).

Em entrevista ao jornal O Globo, representantes da entidade afirmaram que o governo americano teria demonstrado interesse em fazer acordos para aquisição de minerais como nióbio, lítio e terras raras.

O presidente do instituto, Raul Jungmann, relatou ter respondido que negociações nesse sentido deveriam ser conduzidas pelo governo brasileiro, e não por empresários do setor.

Ainda antes do encontro, brasileiros nas redes sociais tinham chegado a sugerir que o país considerasse usar o nióbio como arma para negociar o fim do tarifaço, ameaçando, por exemplo, restringir suas exportações.

O Brasil concentra cerca de 92% da produção do metal, que ganhou popularidade na última década depois de ter sido reiteradamente defendido por Jair Bolsonaro como recurso estratégico para o país.

Faz sentido a ideia? A reportagem conversou com especialistas e analisou documentos do Serviço de Geologia dos EUA para responder à pergunta.

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