Gleisi reage a governadores de direita após operação no Rio: 'querem colocar o Brasil no radar de Trump'
Declaração ocorre em meio à investida dos políticos em definir traficantes como 'narcoterroristas', classificação negada pelo Ministério da Justiça por receio de intervenções estrangeiras.
A ministra das Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann (PT), reagiu ao encontro realizado no Palácio Guanabara, no Rio de Janeiro, em que governadores de direita anunciaram a criação de um "consórcio da paz" para combater o crime organizado. Sem citar a recusa do Ministério da Justiça em classificar as facções criminosas do Brasil como grupos terroristas, ela afirmou que esses mandatários querem causar "divisão política" e colocar o Brasil "no radar do intervencionismo militar" do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, na América Latina.
Após a megaoperação das polícias Civil e Militar contra o Comando Vermelho na capital carioca, nesta terça-feira, a direita investiu na definição de que traficantes são "narcoterroristas", e deveriam ser classificados assim de maneira formal. No mês passado, na ONU, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) demonstrou que a preocupação do governo brasileiro é que a equiparação sirva de pretexto para intervenções militares de países com poderio bélico — em especial os EUA — na América Latina.
Em uma publicação nas redes sociais, nesta sexta-feira, Gleisi destacou que os governadores deveriam focar na implementação da PEC da Segurança, proposta pelo governo, mas que é criticada pelos gestores de direita. O Palácio do Planalto tenta acelerar a tramitação da proposta em meio às críticas relacionadas à área da segurança pública, que, segundo a ministra, "não pode ser tratada com leviandade e objetivos eleitoreiros".
"Os governadores da direita, vocalizados por Ronaldo Caiado (governador de Goiás), investem na divisão política e querem colocar o Brasil no radar do intervencionismo militar de Donald Trump na América Latina. Não conseguem esconder seu desejo de entregar o país ao estrangeiro", escreveu Gleisi, que comparou a postura com a atuação do deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) nos EUA, definido como "traidor da pátria".
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